Top
 

Evolução do número de interações em publicações com menções aos candidatos nas quatro redes sociais, entre 2 de fevereiro e 6 de março

 
 

Evolução do número de publicações com menções aos candidatos, nas 4 redes sociais, ao longo de 5 semanas

 

Evolução do número de publicações com menções aos candidatos, nas 4 redes sociais, ao longo de 5 semans

Fonte: MediaLab CIES Iscte e OberCom - Observatório da Comunicação.

 

Ao longo do período de análise (5 semanas, entre 1 de fevereiro e 6 de março),a rede social Twitter/X foi, de longe, aquela onde existiram mais publicações com menções aos candidatos, confirmando-a como a plataforma de discussão política por excelência. Esta é a rede social onde os utilizadores interessados e envolvidos politicamente discutem sobre os conteúdos políticos da eleição.

Mas, confirmando os dados anteriores, foi no Instagram que se geraram maiores interações nos conteúdos que mencionavam os candidatos, mesmo partindo de um número muito inferior de publicações. Por outro lado, também considerando as interações, o Twitter/X acaba por gerar consideravelmente mais atenção para os conteúdos sobre os candidatos do que o próprio Facebook.

 

Evolução do número de interações em publicações com menções aos candidatos, nas 4 redes sociais, ao longo de 5 semanas

 

Evolução do número de interações em publicações com menções aos candidatos, nas 4 redes sociais, ao longo de 5 semanas

Fonte: MediaLab CIES Iscte e OberCom - Observatório da Comunicação.

 

Na discussão em torno dos candidatos destaca-se o papel das páginas e contas do partido Chega e de André Ventura que, frequentemente, são as que mais interações angariam ao mencionar candidatos. No entanto, as contas de outros partidos como o Bloco de Esquerda ou Iniciativa Liberal também figuraram ocasionalmente na lista de publicações com mais interações sobre candidatos. Deste modo, evidencia-se a importância da capacidade amplificadora das máquinas partidárias na discussão política online. Por outro lado, em parte alimentadas por isso, as publicações onde era mencionado André Ventura tendiam a gerar bastantes mais interações do que aquelas em que eram mencionados outros candidatos.

Em termos quantitativos, foram os órgãos de comunicação social que mais publicações fizeram acerca de candidatos. Em todas as redes sociais exceto no TikTok, as páginas dos órgãos de comunicação social portugueses predominaram nos rankings de mais interações angariadas com menções dos nomes dos candidatos, sobretudo em resultado do grande número de publicações realizadas sobre eles. E, tal como no caso dos outros utilizadores das redes sociais, foi no Instagram que as publicações dos órgãos de comunicação social sobre os candidatos geraram mais interações.

Dentro das páginas de órgãos de comunicação social, o Polígrafo foi a página que mais publicou sobre os candidatos, juntamente com as contas de CNN Portugal, SIC e Expresso. A diferença na atividade do Polígrafo entre a primeira e a segunda semana indica que tal se poderá ter devido ao início dos debates televisivos que foram fonte de muitos fact-checks durante o período eleitoral português. Por outro lado, destaque particular para a relevância do Polígrafo no Twitter/X, uma rede social muito “politizada” e onde o trabalho de um fact-checker desempenha o papel de mobilizar e estimular o debate. Além das notícias e das publicações de partidos, durante o período de debates, muitas vezes a publicação mais viral sobre determinados candidatos continha uma imagem dos debates televisivos, sendo estes uma fonte pertinente de discussão política, sobretudo no Twitter/X.

Fora do campo estritamente político-partidário, a nossa análise também permite identificar alguns atores que surgem frequentemente - e recorrentemente - com conteúdos sobre os candidatos que geram muita atenção nas redes sociais. O humorista e ativista Diogo Faro, por exemplo aparece 4 vezes em duas redes diferentes - Instagram e Twitter/X; e a conta “Selada de Frutas” aparece 3 vezes em duas redes. No Facebook, por exemplo, Camilo Lourenço está presente no Top 20 em todas as semanas analisadas e, no Instagram, destaca-se a conta da Comunidade Cultura e Arte. No Twitter/X influenciaram a discussão as contas “PS a ser PS” (4 vezes no top) e as contas das comentadoras Fernanda Câncio e Ana Gomes (3 presenças cada). No TikTok, fora do campo político e dos media, nenhuma conta se destaca e impera a diversidade.

Além disso, na última semana antes da ida às urnas, a participação em entrevistas também foi o foco das publicações com mais interações sobre os candidatos. Até mais do que os programas políticos propriamente ditos, foi a participação em programas de entretenimento ou de entrevistas mais intimistas, como o “Alta Definição”, “Isto É Gozar Com Quem Trabalha”, “Dois às Dez” e até o programa de Guilherme Geirinhas no YouTube, “Bom Partido”, que gerou a maior quantidade de interações para os candidatos.

Mas aquilo que observámos para os candidatos e para os políticos vale também para os restantes utilizadores das redes sociais: as contas de Instagram proporcionam às entidades e indivíduos que debatem política nas redes uma plataforma mais eficiente que as outras a captar a atenção dos utilizadores. Isso é válido para todos os utilizadores de redes sociais.